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20 curiosidades da Libras para iniciantes

Data de publicação: 21 de abril de 2021. Categoria: Curiosidades de Libras

Apesar de ser reconhecida oficialmente como uma língua brasileira, a Libras ainda não é amplamente ensinada nas escolas. Também, nem todo mundo sabe que ela não é uma língua universal e que cada país tem sua própria língua de sinais.

A seguir, são mostradas 20 curiosidades sobre a Língua Brasileira de Sinais.

1. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é reconhecida oficialmente como uma língua brasileira desde 2002 pela Lei nº 10.436

Site do Planalto – neste link

Isso quer dizer que Libras é uma língua completa, que possui estrutura gramatical própria e não é uma simples adaptação das línguas orais!

2. Assim como a maioria das línguas de sinais ocidentais, a Libras tem origem na Lingua de Sinais Francesa (LSF)

Imagem: foto do Prof. Hernest Huet com enfeites ao redor (riscos amarelos), da TV Ines, no Youtube.

Primeiramente, a Língua de Sinais Francesa foi trazida para o Brasil em 1855 pelo professor Hernest Huet, que era surdo. Além disso, em 1857, Huet fundou a primeira escola para deficientes auditivos do país, o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, no Rio de Janeiro, hoje Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines).

3. A organização das informações em Libras é diferente do português
Em libras não existem tempos verbais ou artigos, por exemplo.
4. Expressões faciais e corporais são tão importantes quanto os sinais

Imagem: Profª Éllen Loiola mostra alguns sinais em seu canal no Youtube [neste link]


Existem casos em que a mudança da expressão facial em um determinado sinal pode mudar todo o sentido de uma frase.

5. Na comunidade surda cada pessoa é identificada por um sinal, que comumente é inspirado em seus traços físicos, trejeitos e aspectos de sua personalidade, muitas vezes aliado às iniciais de seu nome. Esse sinal é, culturalmente, dado por um sujeito surdo.

Desenhos de Claudia Nagura – Fonte: ces.org.br

Esse sinal substitui a necessidade de fazer a datilologia (soletração manual) dos nomes das pessoas toda vez que desejar se referir a elas. Os sinais assim como as palavras são formados a partir de vários elementos gramaticais. As letras do alfabeto manual são apenas uma unidade mínima que correspondem às letras do alfabeto oral, não são consideradas sinais.

6. As línguas de sinais também possuem regionalismos

Assim como as línguas faladas possuem sotaques e gírias que variam dentro de um mesmo país, pode existir variação nos sinais para indicar a mesma coisa dependendo do local, como explica o professor de Libras, Danrley Oliveira no vídeo acima.

7. É possível aprender novos sinais e fazer cursos básicos de Libras de forma online e gratuita

Existem fontes de pesquisas de sinais da Libras gratuitas, disponíveis em aplicativos como o Hand Talk (vide imagem acima) e VLibras, que são mais conhecidos. Através deles é até possível aprender frases simples e curtas. Porém, estes ainda não possuem um banco de dados preparado para a fiel tradução da Libras. Estes aplicativos são mais proveitosos se usados como fontes de pesquisa e não como tradutores.

Existe também um grande acervo de vídeos no Youtube, onde é possível aprender o básico, como: alfabeto, saudações, sinais de frutas, objetos, lugares, e muito mais. As universidades e institutos federais oferecem cursos básicos de extensão gratuitos, basta estar atento às oportunidades. Neste período de quarentena surgiu também uma enxurrada de lives e mini cursos gratuitos de aperfeiçoamento profissional nesta área, em canais corporativos e de profissionais da área. A Equipe da Uníntese, por exemplo, tem um curso de Libras gratuito (neste link) e há dicas de sinais no canal do YouTube e nas redes sociais deles!

8. Inserir legendas em um vídeo nem sempre é suficiente para torná-lo 100% acessível às pessoas surdas, pois, a primeira Língua do sujeito surdo é a Libras e muitos não tiveram (ou não têm) a acessibilidade e o suporte pedagógico devido para o aprendizado do Português como sua segunda Língua

Imagem: ilustração gráfica de um rapaz falando com legendas embaixo e com tradução em língua de sinais à direita, em um quadrado menor.

Por isso, para tornar produções audiovisuais mais acessíveis, é importante além da legenda inserir a tradução em Libras.

9. Há vários outros conteúdos disponíveis em Libras no Youtube, como aulas de matemática, tutoriais de cabelo e canais voltados para o ensino e aperfeiçoamento da língua

No canal do Youtube da Uníntese tem vídeos diversos com sinopses de séries, músicas em Libras e sinais em diversas áreas, como medicina, culinária, clima, química, etc.

10. A TV INES, criada em 2013, foi a primeira web TV dedicada totalmente à comunidade surda, e na sua grade de programação, foi criado o jornal Primeira Mão, no ar desde 2016 – o primeiro telejornal bilíngue (em Libras e português) do Brasil

Imagem: figura, de fundo com degradê na cor azul, de uma abertura da TV INES, contendo um apresentador em destaque e o logotipo da TV INES na cor branca.

Imagem: figura de uma apresentação do Telejornal da TV INES. Fundo: degradê na cor lilás. Destaque: apresentador fazendo sinais da Libras.

Na programação da TV INES, integralmente traduzida em Libras, há noticiários, programas de esportes, entrevistas, conteúdo infantil e um programa acadêmico bilíngue (português/Libras) – vide link. No caso do jornal, o registro histórico está neste link. Toda a produção, do roteiro até a exibição, tem a participação de uma equipe de profissionais de televisão surdos, ouvintes e tradutores intérpretes.

11. O uso do alfabeto manual é chamado de datilologia
A datilologia é a “soletração” feita no espaço neutro (no ar). Geralmente, é usada nas apresentações pessoais e sempre que o sinalizante esquece ou não tem conhecimento de um determinado sinal. Ela também é praticada antes ou após a execução de um sinal, a fim de enfatizá-lo e de garantir que o interlocutor entenda com clareza sua mensagem.

12. Já foram desenvolvidas algumas fontes tipográficas em Libras

Imagem: tabela da Fonte Tipográfica em Libras. Fonte: Libras 2016.

A primeira fonte foi desenvolvida em 2002, a segunda em 2016, por estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a terceira em 2019, por Anderson Pereira e já existem outras variações criadas em 2020.
Link para conferir e baixar as fontes: www.culturasurda.net/2019/11/19/fonte-libras-2019

13. Outra forma gráfica de comunicação em Libras é a escrita de sinais ou sign writing

Diferente da datilologia, a escrita de sinais não reproduz as letras do alfabeto, mas os gestos e expressões faciais.
14. Apesar de Libras ter o status de língua oficial, quando se trata de escrita, apenas o português é aceito no Brasil em documentos oficiais

Portanto a língua escrita ensinada nas escolas bilíngues é o português, o que pode criar sérias dificuldades de aprendizagem já que as línguas orais são representações de sons e fonemas. Entretanto, não por acaso, as pessoas ouvintes aprendem primeiro a falar e depois a escrever.
15. Visando a inclusão de surdos e deficientes auditivos – que somam quase 10 milhões de pessoas no Brasil, desde 2017 as provas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) são realizadas também em Libras

São, assim, realizadas videoprovas.
16. Cães são capazes de entender comandos em Libras se forem treinados para isso

Por mais surpreendente que pareça, a pug Bellinha consegue responder aos comandos em Libras de seus donos.

17. O desenho “Min e As Mãozinhas” é a primeira animação nacional totalmente em Libras

O desenho foi criado por Paulo Henrique dos Santos, que trabalha com animação há cerca de sete anos e pode ser assistido gratuitamente no YouTube [neste link]. Além disso, ele desenvolveu o episódio piloto sem nenhum tipo de patrocínio. A imagem à direita representa uma ilustração da Min, que é uma menina morena, de olhos verdes, e que neste desenho traja uma blusa laranja. Leia mais aqui.

18. A profissão do interprete e tradutor de Libras foi regulamentada em 2010

Imagem: foto de uma intérprete de Libras em plena atividade, traduzindo o que um homem à direita na foto está falando.

O tradutor e intérprete de Libras atua no apoio à acessibilidade aos serviços e às atividades fim das instituições de ensino e repartições públicas e prestar serviços em depoimentos em juízo, em órgãos administrativos ou policiais.O tradutor e intérprete tem competência para realizar interpretação das duas línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação da Libras e da língua portuguesa.A formação profissional do tradutor e intérprete de Libras – Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por meio de cursos de educação profissional reconhecidos pelo sistema que os credenciou; por cursos de extensão universitária; e cursos de formação continuada promovidos por instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.

A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ainda ser realizada por organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado por uma das instituições de ensino superior e instituições credenciadas por secretarias de educação.

O exame de proficiência é realizado por banca examinadora “de amplo conhecimento”, constituída por docentes surdos, linguistas, tradutores e intérpretes de Libras, de instituições de educação superior. Mais detalhes estão na Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010 [vide link].

Ademais, a demanda por especialistas em acessibilidade e inclusão hoje é maior que a oferta de profissionais com esse tipo de formação (fonte da matéria completa: neste link).

19. No dia 24 de abril é comemorado o Dia Nacional de Libras

Imagem: ilustração de seis mãos fazendo os sinais referentes às letras da palavra ‘Libras’, a qual está escrita no banner, acompanhada de sua descrição por extenso e da data de 24 de abril. O fundo da imagem é verde claro.


A data comemorativa está prevista na Lei 13.055, de 22 de dezembro de 2014, e foi criada em atenção à reinvindicação da Federação Nacional de Surdos (FENEIS). O dia 24 de abril foi escolhido porque é a data da publicação da Lei 10.436/02, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. No texto da Lei, o conceito de Libras é descrito como forma de comunicação e expressão dessa comunidade. A Lei também serviu de alicerce para uma série de políticas públicas, entre elas, a inserção do curso de graduação em Língua de Sinais Brasileira nas universidades públicas. As universidades federais do Amazonas, de Santa Catarina e do Ceará já aderiram a essa proposta.
Fonte: Agência Câmara de Notícias

20. Quem fala Libras, além de outra língua, é bilíngue!

Sendo a Libras uma língua oficial no Brasil, distinta da Língua Portuguesa, portanto quem fala ambas é bilíngue!

De: Nicole Utzig Mattjie
Fonte: Ensino.digital

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