História do Projeto
Foto da turma do curso de Libras promovido pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFC, em novembro de 2018.
Não, não era somente um curso de Libras projetado pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. Era mais! Era um curso de Libras ministrado por um docente surdo.
Que impressionante! Um docente surdo ensinando ouvintes que NÃO sabem Libras!
Pois é! Foi com esta sensação de impacto e de certo receio que uma administradora da Pró-Reitoria de Extensão, a servidora Karen Clark (destaque colorido da foto acima) iniciou o curso. Ainda que a impressão inicial tenha sido de receio, de que a interação com o professor não seria efetiva por falta do conhecimento da Libras por parte dos alunos, no decorrer do tempo todos os temores desapareceram. No lugar, foi vivenciada uma experiência deveras empolgante e inspiradora!
O professor, Daniel Lima, que é docente do magistério superior da UFC, ministrando aulas no Curso de Letras Libras desta mesma universidade, mostrou como é possível um surdo encantar alunos a respeito da Língua Brasileira de Sinais, enfatizando a importância da Comunidade Surda para a sociedade, e como é necessário que mais ouvintes aprendam Libras. A própria trajetória pessoal deste docente é uma rica história de superação, a qual ele compartilhou alguns trechos com a turma, o que reforçou como é importante uma inclusão mais intensa na sociedade.
Foto tirada na seleção de bolsista realizada em 11 de março de 2020. Da esquerda para a direita: professores Daniel Lima e Mariana Lima, seguidos de Hermany Rosa, Karen Clark e Valéria D’Ávila.
A partir desta experiência tão marcante, a servidora Karen, com sua experiência de trabalho na Pró-Reitoria de Extensão, formulou um projeto extensionista que visasse a expansão do conhecimento da Língua Brasileira de Sinais para toda a sociedade. Mas para se concretizar esta ideia de modo bem estruturado, seria necessária a ajuda de uma equipe multidisciplinar que contribuísse com iniciativas produtivas. Então, foram convidados o técnico-administrativo Hermany Rosa, doutor em Educação que tem muita experiência na Metodologia da Aprendizagem Cooperativa, e os docentes do Curso de Letras Libras Daniel Lima (o próprio citado acima), Mariana Lima e Marilene Munguba. Também se juntou à equipe a voluntária Valéria D’Ávila, que à epoca era concludente do Curso de Letras Libras da Uniasselvi.
A bolsista selecionada foi a estudante de Letras Libras da UFC Geisiele Cavalcante. Estavam todos muito empolgados, mas então a pandemia chegou, e as atividades presenciais da UFC foram suspensas. Foi um baque para o projeto, e então foi necessário reestruturar a programação das atividades.
A bolsista Geisiele Cavalcante ensina Libras no Centro de Treinamento Anjos do Cuidar, em 12 de novembro de 2020.
Nos meses que se seguiram, foram realizados trabalhos virtuais, em especial, a estruturação do site e das mídias sociais do projeto. Com o arrefecimento da pandemia, foi possível realizar dois clubes no Centro de Treinamento Anjos do Cuidar, uma parceria articulada pela bolsista (vide foto).
A realização dos clubes no Centro de Treinamento Anjos do Cuidar mostrou como existe uma demanda reprimida na sociedade no que se refere ao aprendizado da Libras, e tanto a própria bolsista, como também toda a equipe do Projeto ficou extremamente animada com as próximas perspectivas de trabalho nesta área.
A Geisiele Cavalcante e o Hermany Rosa trouxeram um vislumbre das atividades do Projeto nos Encontros Universitários de 2020, os quais se realizaram em março de 2021 – vide neste link. realizou uma apresentação oral com o título “O interesse de ouvintes no aprendizado da Libras: compreendendo a necessidade de uma interação significativa com a comunidade surda” e o Hermany mostrou a viabilidade de aplicação da Metodologia de Aprendizagem Cooperativa no ensino da Libras com a palestra “Aprendizagem Cooperativa e o ensino de Libras – uma parceria necessária”.
A bolsista Geisiele, percebendo como como sua experiência no Projeto enriquecia sua formação acadêmica, submeteu e conseguiu publicar, em coautoria com a profª Marilene Munguba e Karen Clark, um artigo intitulado “A construção do “eu” professora de Libras” na Revista Experiência – vide neste link. Tal realização, em conjunto com a apresentação nos EU2020, consolidou o tripé ensino-pesquisa-extensão no escopo do Projeto.
E o Projeto cresceu! Em 2021, a equipe convidou a Profª Marina Figueiredo, do Curso de Libras das Casas de Cultura Estrangeira da UFC para ingressar no Projeto, no que foi satisfatoriamente atendida! Em virtude de demandas acadêmicas, os docentes Daniel Lima, Mariana Lima e Marilene Munguba precisaram se desvincular do projeto, e ainda que estas saídas tenham sido lamentadas, o Projeto só poderia ter palavras de muita gratidão a cada um deles!
A voluntária Janyelle Varela se apresenta no clube 2021-1, no Centro de Treinamento Anjos do Cuidar, um dos clubes que ela liderou.
Já na área do voluntariado, três novos integrantes chegaram (Janyelle Varela, Elias Silva Filho e Elton Almeida) e com eles foi possível ter, no cômputo geral de clubes realizados em 2021, o total de oito clubes.
Por contingências pessoais, as voluntárias Varela D’Ávila e Janyelle Varela precisaram também sair do Projeto, mas as contribuições de ambas estão nos registros das atividades que cada uma executou. Para elas, também só há palavras de agradecimento e votos que prossigam difundindo a Língua Brasileira de Sinais!
No ano de 2020, o Projeto obteve duas parceiras importantes: o Museu de Arte e Cultura da UFC e o Centro de Treinamento Anjos do Cuidar (externa). Em 2021, além se prosseguir com as parcerias firmadas no ano anterior, também passaram a contribuir com a expansão da Libras, por meio deste Projeto, o setor da Biblioteca Universitária da UFC e as escolas E.E.F.M. Prof. Jáder M. de Carvalho (em Fortaleza/CE) e E.E.M. Prof. Gabriel Epifânio dos Reis (em Icapuí/CE), parcerias estas que ocorreram em virtude da criação de clubes específicos voltados para estas unidades/instituições – vide link.
Para 2022, o Projeto prosseguirá buscando parcerias e lutando para articular mais e mais grupos de interessados na Língua Brasileira de Sinais!
